quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Sonhos...


          Certa vez o homem se perguntou o porque de sua existência, foi criado o paradoxo do ser e do não ser, que em resumo se manifesta em antítese a este questionamento fazendo com que nós nos perguntemos o porque de continuar existindo, pois na morte havemos de ter um último sonho que nos trará a verdade, mas hesitamos frente à incerteza que se apresenta. Como saber se as respostas que ansiamos estão separadas de nós pela tênue fronteira da vida ou se estão ocultas em seus domínios.
          Então porque não tentar de ambos os meios? Se a certeza da morte é a unica que temos, adiá-la nos dá tempo hábil para realizar nossa busca em vida. Vida essa que também está permeada de sonhos, que nos revelam mais sobre nós do que sobre o mundo que nos cerca, os medos e anseios mais profundos afloram em um turbilhão de imagens distorcidas que evidenciam que tais respostas existem em nossas mentes, mas que precisamos de um meio de acessá-las.
          Só que a sombra do fracasso nos acovarda, a própria ignorância nos desmotiva com a sua benção, a verdade há muito procurada não condiz mais com nossas vontades, e assim a busca cessa. O descaso nos faz optar pelo caminho mais fácil, consumir a própria vida esperando a hora em que esta venha a se esgotar, e é isso que nos condena, que nos deixa à mercê do desconhecido e sujeitos a danos irreparáveis. 
          Num sonho final tudo se esclarece e depois dele o vazio se abre para nós. A consciência em vez de livre se encontra inerte visto que atingiu o máximo conhecimento e não tem onde aplicá-lo, podemos ouvir e sentir cada elemento do maquinário universal cumprir sua função, só então temos consciência de nossa inexistência e de que estivemos sempre fardados a esse fim, de que a vida, mesmo que breve, é uma etapa sem paralelo em que o plano consciente se funde ao material nos dando uma unica chance de ser algo além de um sonho.

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